sábado, 24 de setembro de 2011

Fórmula 1 em Valência


Beeeeeeem antes da corrida

Para comprar o ingresso, entrei no site da ticketmaster (www.ticketmaster.es).

Logo descobri que os ingressos mais caros, e provavelmente os melhores, estavam esgotados, mas ainda tinha alguns mais baratos. Com a ajuda do meu marido, escolhi os melhores lugares entre os disponíveis.

Para quem nunca comprou nada pela internet, basta fazer um cadastro no site e ter um cartão de crédito internacional. Extremamente fácil e prático. Imprimi o comprovante e também a confirmação que recebi depois, por email.

Alguns dias antes de eu viajar, recebi um outro email com endereços dos lugares para retirada dos ingressos. E um conselho para retirar na véspera da corrida, para evitar tumultos e eventuais atrasos. Imprimi também, afinal cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém, certo?

Depois fui procurar um hotel e quase tive um infarto. As diárias para a véspera da corrida, ou seja, check in no sábado e check out no domingo, simplesmente são o dobro dos outros dias – e em alguns hotéis chega a ser o triplo.

Isso até me fez considerar um bate e volta de Madrid (o que seria totalmente possível pelo tempo de viagem de menos uma hora e meia – leia meu post Trem Bala de Madrid para Valência). No entanto, não sabía com que antecedência devería chegar na corrida, se seria fácil retirar o ingresso ou até mesmo se demoraria para achar o portão correto de entrada para a corrida.

Como não queria stress na minha primeira corrida de Fórmula 1, não queria fazer nada correndo, e ainda queria conhecer Valência, o preço do hotel entrou totalmente no pacote.

Na véspera

Sábado de sol. Tomamos café no hotel e saímos felizes da vida para as duas atividades imprescindíveis para aquele dia:
  1. Retirar o carro na locadora: atividade primordial, já que a locadora não abriria no domingo e queria sair cedo na segunda-feira. Além disso, queria o carro para flanar um pouco por Valência.
  2. Retirar os ingressos da corrida.
A primeira atividade foi muito fácil. Achamos a locadora tranquilamente, fomos atendidos por um valenciano muito cortês e educado. Tudo rápido e indolor.

A segunda atividade deu trabalho, bastante e inesperado trabalho.

Como falei lá no começo do post, tinha recebido um email com os locais de retirada dos ingressos. Escolhi o mais próximo do hotel e para lá seguimos.

Demoramos para chegar, porque não tinha estacionamento perto.

Ao finalmente conseguir, descobri que era uma loja de agência de viagem. Tinha apenas uma atendente e uma fila enorme de pessoas esperando.

Vários cartazes de propaganda da Fórmula 1 indicavam que estava no local correto, mas a loja vendia também pacotes de viagem e ingressos para shows. O primeiro casal sendo atendido estava fechando uma viagem. Perguntavam sobre tudo, queriam ver fotos. Perfeitamente normal, mas multipliquei aquele tempo pelo número de pessoas vi que aquilo iria demorar...

Quando não consegui mais me segurar, pedi licença apenas para confirmar se eu estava no local correto.
Não. Não estava. Ali era para compra de ingressos, não para a retirada de ingressos comprados pela internet. A mocinha simpática me deu o endereço correto, dizendo que era muito perto e que poderíamos ir a pé e deixar o carro lá mesmo.

Tivemos de cruzar a ponte - linda por sinal - e levamos mais uns 15 minutos andando até desistirmos, voltamos, pegamos o carro, e aí sim, acharmos o endereço correto.

Mocinha danadinha, viu?

Como parar o carro novamente era impossível, entrei sozinha, rezando para agora estar certo. Após mais uma fila, saí feliz com os ingressos na mão. Feliz, mas perdemos mais de 2 horas...

No dia

Traumatizado com as experiências da corrida em Interlagos, o Gustavo quis sair cedo - umas 3 horas antes - e pediu para que eu usasse roupas mais comportadas.

Pela sua descrição dos tratamentos dispendidos às mulheres em Interlagos, fiquei com vontade de ir de burka. Na ausência dessa, fiz o melhor que pude, de bermuda até o joelho e camisa de manga comprida.

Estávamos relativamente próximos ao circuito, e pensamos em ir a pé. No caminho descobrimos que muitas ruas são interditadas, forçando uma volta maior. Sem condições de prever o esforço extra e traumatizados pela experiência da véspera, tomamos um táxi.

No circuito

Entrada tranqüila e organizada. Tem barraquinhas com sanduiches e refrigerantes. Vários banheiros químicos em cada entrada.

Não é necessário chegar antes. De verdade. Vi pessoas chegando um segundo antes da corrida começar. Tudo é muito organizado.

Quanto à burka? Com o calor escaldante do começo de julho, minha camisa ajudou a me proteger do sol, mas a vestimenta ao meu redor era micro shorts e biquinis. Para que nenhum machão se anime, nem todas eram modelos.

A corrida

A corrida de Valência é um circuito de rua. Na prática isso significa que não se tem uma visão muito ampla da pista, porque tem prédios que impedem que isso aconteça.

Os mais entendidos dizem que é o circuito mais sem graça da Fórmula 1, porque não permite muita ultrapassagem.

Eu amei. Valência é uma cidade linda e litorânea. Parte do circuito é ao lado do mar. Tudo é organizado e com telões por todos os lados, que permite olhar os outros pontos da pista.

Organizado, pacífico, emocionante.

Os pilotos passam muito perto e conseguimos ver e identificar perfeitamente os carros. Para delírio da torcida espanhola, o Alonso fez uma ultrapassagem exatamente na nossa frente (foto do começo do post).

E amei principalmente um menino de uns 5 anos, que balançava infalivelmente sua bandeira toda vez que o russo Vitaly Petrov passava. Paixão de criança é fora de série.

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